A queda vertiginosa nos preços do lítio não diminuiu os incentivos de médio e longo prazo, já que a tendência do lítio é secular e irreversível.
No entanto, as mineradoras multinacionais e um grupo significativo de investidores inicialmente ficaram para trás. Desde então, as estratégias das principais mineradoras para se dedicar ao lítio têm sido substanciais.
A Rio Tinto resolveu se tornar uma grande produtora de lítio. Nesse sentido, pagou USD 850 milhões no final de 2021 pelo projeto Salar Rincón na província de Salta, na Argentina. Em janeiro de 2024, a província de Salta concedeu a licença socioambiental para uma planta de processamento de carbonato de lítio com uma capacidade inicial de 3.000 toneladas por ano, potencialmente escalável para 20.000 toneladas por ano.
A gigante da mineração Glencore anunciou sua ambição de se tornar uma das maiores produtoras de lítio nos próximos anos. Além de ser a segunda maior parceira da Li Cycle Holding (uma empresa de reciclagem), a empresa fez seu primeiro investimento em uma mina de lítio por meio da Tantalex. A mineradora suíça ficará com 30% da empresa para um projeto na República Democrática do Congo (RDC).
A Anglo American indicou que está buscando ativamente acordos de aquisição de lítio. “Não temos uma mina de lítio, mas estamos procurando lítio”, afirmou Paul Ward, chefe de metais básicos, no final de dezembro de 2023.
“O Brasil se tornará uma potência global de lítio”, declarou um executivo da Vale S.A., após a abertura de seu mercado pelo país sul-americano neste ano.
Uma razão pela qual os gigantes da mineração hesitam em entrar no mercado de lítio é a suspeita de que a volatilidade dos preços se deve à sua natureza altamente especulativa.
Além disso, a dinâmica do mercado de lítio é influenciada por decisões geopolíticas (como a Lei IRA nos EUA), que podem distorcer qualquer previsão de preço.
Os preços do lítio de curto prazo são voláteis porque ele é produzido em quantidades limitadas, aumentando o medo de interrupções no fornecimento e levando países como a China a acumular estoques excessivos.
Atualmente, não existe nenhum projeto em escala industrial em todo o mundo que use extração direta de lítio (DLE), apesar de várias startups alegarem ter uma solução. Notícias de supostas descobertas fazem com que suas avaliações de ações subam.
Esses gigantes devem considerar que suas capacidades de processamento em grande escala se tornaram obsoletas; o lítio representa uma batalha de inovações tecnológicas.
Talvez eles devessem prestar atenção aos líderes que estão na vanguarda do ponto de inflexão do paradigma energético. Afinal, como disse Warren Buffett,
“O risco vem de não saber o que você está fazendo.”